MITO O dia a dia do profissional do mundo dos negócios está cheio de nuances afetadas pela variação cambial, claro. Sejam elas nas negociações internacionais, nos pagamentos e recebimentos externos, na redução e no aumento de demanda de importação e exportação ou no planejamento de custo de importação, entre outras.
Também afeta quem viaja ao exterior, logicamente, já que todos os gastos estarão indexados ao dólar ou à moeda do país de destino, desde a passagem, estada, alimentação e deslocamento. Para evitar surpresas, neste caso, o planejamento pode ser calculado considerando uma margem cambial, o que minimiza o risco de o dinheiro brasileiro não ser suficiente para as despesas internacionais.
Segundo o sócio-diretor da UNQ Import & Export, Marcelo Raupp, as consequências da variação cambial, no entanto, vão além do dia a dia do comércio exterior e de quem viaja. Ela afeta diretamente a cada cidadão, independentemente da profissão que exerça, principalmente ao que tange ao aumento generalizado de preços, a inflação.
Primeiro, porque, mesmo que não percebamos, sempre haverá algo importado no nosso entorno. Seja o pão francês, que depende do trigo argentino, ou a gasolina. O aumento do dólar está diretamente ligado ao aumento do custo desses produtos importados e, automaticamente, à elevação dos seus preços” salienta Raupp.
Claro que a inflação depende também da relação de mercado entre oferta e demanda. Quando o dólar aumenta, é natural que as importações fiquem menos atrativas. Sem concorrência internacional, os produtores nacionais podem elevar os preços, tendo em vista a queda na oferta.
Outros aspectos indiretos também devem ser considerados. A importação permite maior competitividade às empresas com redução de custo e/ou produtos diferenciados no portfólio. Quando ela é limitada pela alta do dólar, as empresas perdem competitividade global e consequências como desemprego, arrecadação do Estado e recessão, no caso extremo, pode acontecer.
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