A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse nesta terça-feira (5/11) acreditar na reabertura do mercado norte-americano para a carne brasileira, vetada por aquele país desde o início da Operação Carne Fraca, em 2017.
Tereza Cristina tem uma viagem marcada para os EUA no próximo dia 17, onde deverá se encontrar com secretário de Agricultura norte-americano, Sonny Perdue.
Eles querem apenas rever alguns pontos, a exemplo do que nós, no Brasil, fazemos com outros países. Os EUA são um excelente mercado e vamos reabrir sim esse mercado. Agora vamos ver o dever de casa que temos de fazer’, disse a ministra, em Brasília.
A ministra, no entanto, se diz “decepcionada” com as dificuldades impostas pelo governo dos Estados Unidos para a carne brasileira. “Achei que a gente já tinha cumprido todas as etapas. Mas isso é mercado internacional e é assim que funciona. Quem manda é quem está comprando. Então vamos lá para ver o que pode ser feito ou revisto”.
Tereza Cristina vê, na abertura do mercado chinês para carnes e miúdos brasileiros, uma boa oportunidade para o país compensar a perda de mercado nos EUA. “Temos certeza de que boas coisas acontecerão ainda neste ano”, disse, referindo-se à habilitação de algumas plantas brasileiras para a exportação de miúdos à China. “Isso é uma coisa muito boa. Trabalhamos nisso desde maio. Agora vai se concretizar”.
Segurança alimentar
Coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) disse que, tanto os EUA como a Europa, poderão ter problemas, em especial de segurança alimentar, caso continuem a fazer “jogo duro” com a carne brasileira.
“Eles podem resistir como quiserem, mas eles precisam garantir a segurança alimentar. E o volume de produção de alimentos no mundo é finito”, disse o coordenador da bancada.
Segundo Moreira, caso o poder aquisitivo dos países asiáticos e periféricos da China mantenha a tendência de crescimento, em dez anos os produtores brasileiros terão acesso a um mercado consumidor dez vezes maior que o brasileiro. “São 2 bilhões de pessoas”, disse o deputado.