Um olhar sobre a relação Brasil-China

As recentes visitas dos presidentes brasileiro e chinês ressaltam as parceiras entre as duas nações

Presidente Jair Bolsonaro e Presidente chinês Xi Jinping fazem declaração à imprensa após reunião bilateral. Foto: Leonardo Hladczuk/MRE

O presidente da China, Xi Jinping, participou da 11ª Cúpula do Brics, em novembro. Antes disso, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, esteve na China em outubro. As agendas reafirmam a relação e ressaltam duas importantes economias emergentes que possuem uma ampla parceria estratégica. O desenvolvimento estável do relacionamento sino-brasileiro foi marcado por uma cooperação frutuosa nos últimos 45 anos.

Primeiras impressões

O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento a estabelecer uma parceria estratégica com a China e o primeiro país da América Latina a estabelecer uma parceria estratégica abrangente com a China. É também o primeiro país latino-americano a ter um volume comercial bilateral de mais de US $ 100 bilhões com a China.

Relações políticas bilaterais

Em 1993, os dois países construíram uma parceria estratégica. O relacionamento foi atualizado para uma ampla parceria estratégica em 2012.

A China está em estreita coordenação com o Brasil em organizações internacionais e em estruturas multilaterais, como as Nações Unidas, a Organização Mundial do Comércio, o Grupo dos 20 e o Brics, de modo a promover em conjunto o sistema internacional para ser mais justo e razoável e salvaguardar o conjunto de interesses dos países em desenvolvimento.

Relações econômicas e comerciais

As relações econômicas e comerciais bilaterais China-Brasil alcançaram um grande desenvolvimento. O volume comercial bilateral alcançou US $ 111,18 bilhões em 2018, um crescimento ano a ano de 26,6%. O comércio entre a China e o Brasil totalizou US $ 73,42 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, um salto de 3,1% em relação ao ano anterior, segundo os dados da Administração Geral das Alfândegas.

O Brasil permanece sendo o maior parceiro comercial da China na América Latina e a China é o maior parceiro comercial do Brasil. A China exporta principalmente máquinas de construção, equipamentos de fabricação, eletrônicos, têxteis, roupas e eletrodomésticos para o Brasil. Além de produtos agrícolas e de mineração, os embarques do Brasil para a China incluem aviões de passageiros, madeira, aço, algodão e produtos químicos orgânicos.

Embora o comércio de mercadorias e bens esteja no centro dos laços comerciais bilaterais, a crescente demanda do Brasil por serviços modernos e necessidade de melhorar sua infraestrutura, como projetos de cidades inteligentes, usinas de energia e terminais de contêineres, trouxeram mais oportunidades para os empreiteiros chineses e fabricantes.

Cooperação bilateral em C&T

Um esforço espacial conjunto chamado Programa China-Brasil para Recursos Terrestres por Satélite, que os governos chinês e brasileiro concordaram em realizar em julho de 1988, é aclamado como um modelo para a cooperação Sul-Sul.

O satélite de observação da Terra – designado CBERS-04A, o sexto satélite construído em conjunto pela China e pelo Brasil, está programado para ser lançado no final deste ano.

O Brasil é o país com o maior número de laboratórios conjuntos com a China na América Latina. Os dois lados estabeleceram conjuntamente laboratórios agrícolas, centros de tecnologia de mudança climática e inovação energética, nano centros de pesquisa, centros conjuntos de satélites meteorológicos e os dois países estão se preparando para a construção de um centro de biotecnologia.

Intercâmbios bilaterais

Os dois lados têm trocas dinâmicas culturais e de pessoa para pessoa.

O Ministério da Educação chinês estabeleceu 10 Institutos Confúcio e três Classes Confúcio no Brasil. Um Instituto Confúcio de medicina chinesa será estabelecido na Universidade Brasileira de Goiás.

Os dois lados enfatizaram que a cooperação nos campos da cultura, educação e esportes, especialmente o futebol, tem um efeito positivo no aprimoramento da compreensão mútua. China e Brasil se uniram a vários acordos para aprofundar a cooperação e fortalecer o futebol chinês. O Brasil fornecerá treinadores profissionais para apoiar o desenvolvimento do futebol entre jovens na China.

Com informações do CD.