O transporte de cargas pelos modais aéreo e rodoviário apresentou melhora nos indicadores, com ligeira retomada das demandas. Pesquisas realizadas por entidades dos dois segmentos concluíram que os índices seguem abaixo do patamar de 2019, mas que a retração tem diminuído com o passar das semanas. Os monitoramentos foram intensificados desde março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de Covid-19.
No caso do transporte rodoviário de cargas, a pesquisa semanal da NTC&Logística voltou a apontar melhora em território brasileiro. Segundo dados do Departamentos de Custos Operacionais (Decope) da associação de empresas do setor, entre os dias 29 de junho e 5 de julho, a demanda atingiu o maior nível desde o fim de março (quando ocorreu queda brusca em razão da pandemia).
Nessa 16º semana, a demanda rodoviária envolvendo cargas no Brasil teve variação negativa de 30,5%, em relação aos níveis pré-pandemia. O resultado é o melhor desde a 2ª semana de pesquisa – correspondente aos dias 24 a 29 de março – quando a baixa foi de 26,9%.
Em relação à 15ª semana, a melhora foi de 3,5%. Conforme a associação, os resultados foram impulsionados pela alta em cargas fracionadas, que contêm pequenos volumes. Além disso, dados recentes também indicam leve redução no percentual de empresas do setor com queda no faturamento.
De acordo com o levantamento da NTC&Logística, o pior índice ocorreu em abril, quando houve retração de 45,2%. Nesse período estavam em vigor medidas mais rígidas de isolamento social, que visavam conter o avanço do novo coronavírus.
Confira os impactos semanais verificados nas pesquisas da associação:
Demandas do transporte aéreo de cargas
Em relação ao modal aéreo, o transporte de cargas também apresentou ligeira melhora. Dados recentes da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) apontaram que, em maio, a demanda global melhorou 5,3%, em relação ao mês anterior. Segundo a instituição, em abril, a queda no comparativo com 2019 era de -25,6%. Já em maio ela foi de -20,3%. Somente em operações internacionais, o índice ficou em -21,5%.
Já quanto à capacidade global, a melhora foi de quase 7 pontos percentuais entre um mês e outro. Em relação ao ano anterior, maio teve variação negativa de 34,7% (32,2% para operações internacionais). Em abril, por exemplo, o recuo apontado era de 41,6%.
Conforme a IATA, a retirada de serviços de passageiros influenciou diretamente a queda na oferta de fretes aéreos durante a pandemia.
A demanda de carga aérea caiu mais de 20% em comparação com 2019. E, com a maior parte da frota de passageiros, a capacidade de aterramento caiu 34,7%. A diferença entre demanda e capacidade mostra o desafio de encontrar espaço em aeronave ainda voando para levar as mercadorias ao mercado. Para isso, as perspectivas de carga aérea permanecem mais fortes do que no negócio de passageiros, mas o futuro é muito incerto. A atividade econômica está aumentando desde abril, quando algumas economias foram desbloqueadas. Mas prever a duração e a profundidade da recessão continua difícil”, avaliou o diretor geral e CEO da IATA, Alexandre de Juniac.
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