As instituições que representam a indústria do aço e alumínio se manifestaram sobre as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre restaurar as tarifas de importação destes setores. O Instituto do Aço Brasil e a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) emitiram notas e comunicados revelando perplexidade e ainda dando esclarecimentos sobre a atual situação, que já tem sobretaxa.
O Instituto Aço Brasil recebeu com perplexidade a decisão anunciada por Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas, e que isso não é bom para os agricultores dos EUA.
O Instituto Aço Brasil reforçou que “o câmbio no país é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países”. Por último, “tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas”, informou a nota publicada.
Já a Abal, em nota assinada pelo presidente-executivo e porta-voz, Milton Rego, reafirmou que as exportações de alumínio já pagam sobretaxa. “Com relação a manifestação do presidente norte-americano, Donald Trump, pelo Twitter, em que afirma querer retomar a sobretaxa às exportações do alumínio brasileiro, a Associação Brasileira do Alumínio – ABAL, esclarece: desde 1º de junho de 2018, as exportações de alumínio brasileiro aos Estados Unidos pagam sobretaxa. Esse acerto foi ratificado no ano passado com governo Trump, quando este abriu a possibilidade de substituir a sobretaxa por cotas limitadas de exportação. Na época, optamos pela sobretaxa e seguimos assim desde então”.
A ABAL esclarece ainda que, exceto pela manifestação do presidente Trump pelo Twitter, não há nenhuma posição oficial do governo norte-americano em relação ao assunto, e que seguirá acompanhando atentamente.