O fraco desempenho da economia brasileira e a retração da economia mundial refletiu na movimentação de cargas. O setor portuário brasileiro movimentou 513 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2019. O valor representou queda de 3,29% em relação a igual período do ano passado. Em igual período de 2018, as instalações portuárias brasileiras movimentaram 530,5 milhões de toneladas.
No primeiro semestre de 2019, os terminais de uso privado responderam pela movimentação de cargas de 337 milhões de toneladas, registrando queda de 4,04%. Já os portos públicos movimentaram 176 milhões de toneladas, com decréscimo de 1,83%. Os dados são da Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (GEA/Antaq), e foram divulgados nesta quinta-feira (26/9).
Na análise por tipo de carga, foram movimentados nos seis primeiros meses deste ano 314,6 milhões de toneladas de granéis sólidos, representando queda de 6,80% em comparação com o primeiro semestre de 2018, e 115,9 milhões de toneladas de granéis líquidos, o que representou incremento de 2,58% em relação a igual período do ano passado. No primeiro semestre deste ano também houve incremento na movimentação de cargas de containers (+3,72%) e carga geral (+2,76%) em comparação a igual período de 2018, totalizando, respectivamente, 55 milhões e 27,3 milhões de toneladas movimentadas.
Milho teve crescimento
Em relação às principais mercadorias, destaque para o milho. Nos primeiros seis meses do ano, o setor portuário nacional movimentou 9,2 milhões de toneladas de milho, 116,53% a mais do que no mesmo período de 2018. Outra mercadoria relevante foi o petróleo (combustíveis), com 102,8 milhões de toneladas movimentadas, aumento de 4,22% em comparação ao primeiro semestre do ano passado. Destaque ainda para adubos (fertilizantes) e ferro e aço, que registraram, respectivamente, incremento de 6,47% e 7,69% na comparação com igual período do ano passado.
Entre as mercadorias que apresentaram queda de movimentação de cargas no período, as principais foram minério de ferro (-8,90%), que registrou 16,5 milhões de toneladas a menos do que no primeiro semestre de 2018, e soja (-8,09%), com menos 5,3 milhões de toneladas em comparação ao primeiro semestre do ano passado. Outras mercadorias que apresentaram retração na movimentação na comparação dos primeiros semestres de 2018 e 2019 foram: bauxita (-13,20%); carvão mineral (-13,51%) e pasta de celulose (-4,76%).
A queda da movimentação no primeiro semestre de 2019 foi motivada de forma direta pelo recuo nos embarques de minério de ferro, que é a mercadoria de maior peso bruto movimentado. O granel sólido de minério de ferro vem enfrentando problemas desde a ponta inicial da cadeia produtiva, devido ao rompimento de barragens e a um período atípico de chuvas intensas na região norte do país”, explica o gerente substituto de Estatística e Avaliação de Desempenho da Antaq, Leopoldo Kirchner.
“Por outro lado, podemos destacar como ponto positivo o crescimento nesse período da movimentação de cargas containerizadas, da ordem de 3,5%, mantendo ainda a linha de crescimento semestral que vem sendo demonstrada ano a ano”, complementou.
O levantamento traz, ainda, os dados sobre exportação e importação. Foram exportadas 294,3 milhões de toneladas, representando queda de 6,57% no total movimentado para exportação nos seis primeiros meses de 2018, e importadas 70,9 milhões de toneladas, o que significou incremento de 1,20% na comparação com igual período de 2018.
Navegações
A navegação de longo curso movimentou 365,2 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2019, registrando queda de 5,16% na comparação com igual período de 2018. Já a navegação de cabotagem movimentou 112,9 milhões de toneladas, mantendo-se estável (+0,20%). Na movimentação de container, a cabotagem cresceu 15,74% na comparação com igual período de 2018.
O destaque ficou por conta da navegação interior, que movimentou 33 milhões de toneladas no período, contabilizando crescimento tanto na movimentação total (+9,30%), quanto na movimentação de granéis sólidos (+11,76%), granéis líquidos (+5,23%), carga geral (+2,93%) e containers (+5,36%).
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