A inclusão de Santa Catarina na expansão nacional da malha ferroviária será incluída nas pautas de prioridades do Estado. O assunto foi tema de um encontro realizado nesta segunda-feira, 14/10, na Associação Empresarial de Criciúma (Acic) e que teve a participação de deputados estaduais, empresários e demais lideranças. O encaminhamento tirado pelos participantes foi buscar apoio em Brasília, junto ao Fórum Parlamentar Catarinense.
O Governo Federal iniciou um programa para construir novos trechos e melhorar a malha ferroviária já existente, através por exemplo da renovação das concessões. Entretanto, o Estado não está incluído, mesmo tendo estacionado o projeto inicialmente concebido em 2002, que previa a implantação de uma ferrovia ligando o Oeste ao Leste (da Integração) e outra entre Imbituba e Araquari (Litorânea, do Sul ao Norte).
Atualmente, o Sul conta apenas com as linhas da Ferrovia Tereza Cristina (FTC), que vão até Imbituba. “É de fundamental importância que a malha ferroviária seja ampliada, para que viabilize a nossa indústria de forma geral, através de um transporte mais barato. Um modal que venha atender o escoamento da nossa produção com um custo bem menor, assim estaremos sendo muito mais competitivos”, avalia o presidente da Acic, Moacir Dagostin, ressaltando ainda a relevância do tema para o desenvolvimento do Porto de Imbituba.
“Estamos fazendo reuniões semanais para tratar do desenvolvimento do Porto de Imbituba, em relação a infraestrutura, tarifas, investimentos. As cargas que chegam hoje poderão vir tranquilamente pela BR-285, nesse sentido ter a rodovia é bastante positivo. Mas, falando sobre ferrovias, essa ligação será importante para trazer até Imbituba cargas de grãos de longa distância. Hoje, vêm por rodovias, tornando o custo muito mais alto”, aponta o presidente da Associação Empresarial de Imbituba (Acim), Adilson Silvestre.
Para o diretor presidente da Ferrovia Tereza Cristina (FTC), Benony Schmitz Filho, o Estado precisa tomar uma decisão estratégica para tornar-se mais competitivo em relação a outros mercados em termos de logística. “Se decidirmos que ferrovias são importantes, precisamos de estudos e projetos para apresentar aos investidores. E hoje Santa Catarina não tem projetos. Precisamos que o Governo Federal termine o projeto iniciado há 17 anos. Isso tem que ir para a pauta. A realização das obras vai depender do futuro do país”, entende.
“Precisamos criar alternativas, como o modal ferroviário. Esse é o primeiro movimento, mas estamos otimistas. Vamos discutir até que aconteça. É a oportunidade de nos unirmos para impulsionar o Executivo a também fazer pressão sobre o Governo Federal”, pontua o presidente da Associação Empresarial de Tubarão (Acit), Edson Martins Antônio.
“Temos que agir politicamente, de forma adequada, tratando desse assunto em Brasília, com os nossos representantes. Precisamos o quanto antes marcar essa reunião com o Fórum Parlamentar Catarinense”, reforça o presidente da Alesc, Júlio Garcia.