Do valor total das mercadorias negociadas internacionalmente, dois terços são transportados pelos armadores, de acordo com dados do World Shipping Council. O transporte marítimo é o meio mais procurado para levar cargas a grandes distâncias, e a eficiência das operações depende da disponibilidade e da frequência com que os navios atracam nos portos. Mas, antes de soltar a âncora, muitos fatores são considerados pelas companhias marítimas.
Segundo o especialista em transporte internacional da Ethima Logistics, Rafael Schneider, os armadores escolhem os locais por onde vão passar de acordo, principalmente, com a demanda de carga para um destino e a possibilidade de encaixar o terminal em uma rota já existente.
Além da demanda, também é considerada a disponibilidade de outras companhias utilizarem este porto, condições operacionais e os custos para adicionar um porto a mais na rota”, explica.
Entre as condições operacionais, as companhias de transporte marítimo prezam pela infraestrutura dos terminais e a disponibilidade das chamadas “janelas de atracação”, que são os agendamentos de data e horário para atracação e desatracação do navio no porto. Outro diferencial importante é a possibilidade de conexão entre várias linhas num mesmo terminal, como entre um serviço de cabotagem (transporte marítimo na costa de um mesmo país) e um de longo curso (entre dois países).
Encurtar distâncias
Importantes para a economia mundial, os armadores estão sempre buscando formas de encurtar as distâncias com maior eficiência, de modo a evitar desperdício de tempo, espaço vazio e custo de oportunidade. “Um armador faz alterações em seus serviços sempre que há necessidade, porém, sabemos que as alterações não são tão comuns de acontecer. As variáveis que influenciam uma mudança no serviço podem ser de cunho comercial ou operacional”, acrescenta Schneider.
As variáveis de cunho comercial a que ele se refere são, principalmente, relacionadas aos preços praticados pelo porto ou até mesmo uma solicitação por parte dos principais clientes. Assim como essas condições podem atrair os armadores para operar em um porto caso sejam positivas, o contrário também é verdadeiro. Ou seja, as companhias podem retirar serviços se a operação deixar de ser estrategicamente interessante.