Uma curiosidade comum no universo do comércio exterior é referente à capacidade de carga de um navio. A quantidade de containers que podem ser transportados varia conforme o tamanho das embarcações. Por isso, é possível encontrar desde os que comportam até 5 mil TEUs (unidade equivalente a 20 pés, a medida-padrão de um container menor) até os que superam os 20 mil TEUs.
Para ter o volume de carga ampliado, o setor naval recebeu melhorias ao longo dos anos. Na década de 70, por exemplo, um porta-container transportava até 3 mil TEUs. Já no fim da década de 90, os navios se tornaram maiores e conseguiam comportar quase 10 mil TEUs. Foi a partir de meados dos anos 2000 que os investimentos foram ampliados e os estaleiros passaram a trabalhar em projetos ousados, que superassem os 15 mil e 20 mil TEUs.
A capacidade de carga está diretamente ligada às dimensões do navio, incluindo o comprimento, largura e calado. Na atualidade, o maior porta-container do mundo é o MSC Gülsün, que realizou a primeira viagem em agosto de 2019. Com quase 400 metros de comprimento e mais de 60 metros de largura, ele comporta aproximadamente 23 mil TEUs.
Panamax, Post-Panamax e Neopanamax
Quando o assunto é tamanho de navios, é comum ouvir o termo Panamax. Ele indica as embarcações que possuem a dimensão máxima suportada pelas primeiras eclusas do Canal do Panamá. Ou seja, corresponde aos navios com largura máxima de 106 pés (32,3 metros), comprimento de 965 pés (294,1 metros) e calado de 39,5 pés (12 metros). Já a capacidade de carga oscila entre 3 mil e 4 mil TEUs.
Os navios com capacidade superior receberam a nomenclatura de Post-Panamax, alcançando os 9 mil TEU. Entretanto, com a inauguração das novas eclusas, em 2016, o Canal do Panamá passou a comportar embarcações maiores, chamadas de Neopanamax. Com isso, as dimensões ampliaram para 160,76 pés de largura (49 metros), 1,2 mil pés de comprimento (366 metros), calado de 50 pés (15,2 metros) e capacidade de até 15 mil TEUs.
Vantagens e desvantagens
Entre as vantagens das embarcações maiores no comércio internacional está a redução dos custos de transporte marítimo. Com mais containers a bordo, o valor do frete passa a ser dividido por mais empresas, sejam exportadoras ou importadoras, o que o torna mais barato.
Já a desvantagem está relacionada à limitação da estrutura portuária. Como possuem dimensões mais significativas, essas embarcações não conseguem ser atendidas em qualquer porto. Em geral, navios com mais de 18 mil TEUs exigem um volume maior de dragagem e equipamentos adequados para o manuseio dos containers.
