O que grandes veículos, embarcações, estruturas de aço, peças de máquinas e turbinas eólicas têm em comum quando o assunto é a movimentação delas de um lugar a outro? Todas se enquadram como cargas superdimensionadas (carga projeto) e o transporte rodoviário precisa ser bem planejado para evitar contratempos, que poderão gerar atrasos, multas e prejuízos.
Os navios, seus grandes porões e os diferentes tipos de containers como open top, flat rack e platform atendem as necessidades especiais de transporte. Mas para fazer chegar ou retirar dos portos, há todo um planejamento.
Para o diretor da Agillog Transportes, Ricardo Ramos, o primeiro passo é verificar as dimensões e o trajeto que precisará ser percorrido. “A partir daí se fará o planejamento apropriado às necessidades deste serviço que é conhecido como carga projeto”, afirma.
A resolução nº 1 de 14/01/2016 do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) dispõe a respeito das normas de utilização de rodovias federais para movimentação de cargas indivisíveis e excedentes em peso e/ou dimensões para o trânsito de veículos especiais. O texto define sobre os tipos de cargas, veículos, as condições, transposição de obras de arte especiais (pontes e viadutos), sinalização, horários de circulação, entre outros detalhes que regulam esta atividade.
Geralmente o translado é realizado a partir de um porto ou é preciso fazer a carga projeto chegar até ele. “Os portos sempre têm estrutura para receber ou retirar, o planejamento precisa se preocupar com outros locais e o trajeto rodoviário”, lembra Ramos.
A checagem sobre o roteiro que será percorrido deverá estimar as condições das estradas e limites de carregamento. Todas as pontes e viadutos também precisam ser avaliadas, pois, deve ser considerado o peso do caminhão somado com a carga e o respeito a capacidade da infraestrutura. “As escoltas somente são necessárias quando as dimensões excedem largura de 3,20 metros ou 100 toneladas de peso bruto total (PBT)”, recorda o especialista.
O transporte de carga projeto ainda demanda a solicitação junto ao Dnit, de Autorização Especial de Trânsito (AET) e o pagamento de Tarifa de Utilização da Via (TUV), que isenta o transportador de multas por excesso de peso, “desde que o conjunto esteja de acordo com as condições especificadas na AET”.
“Um bom planejamento, sempre feito com antecedência, por empresas e profissionais habilitados, experientes e capacitados vai garantir que a carga chegue ao seu destino com eficiência e segurança”, finaliza Ricardo Ramos.
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