Produtos químicos: até novembro compras externas crescem 3%

Apesar de queda em outubro, volume importado no ano deverá superar 47,5 milhões de toneladas, novo recorde setorial

Apesar de queda registrada em novembro, as compras externas de produtos químicos somam US$ 41,1 bilhões, aumento de 3% nos primeiros onze meses de 2019, frente ao mesmo período do ano passado. O Brasil importou US$ 3,5 bilhões em produtos químicos no mês de novembro. O valor representa uma redução de 17,6% em relação a outubro deste ano e de 14,1% na comparação com novembro de 2018.

Em termos de quantidades, as movimentações que superaram 43,8 milhões de toneladas, até novembro, significaram um aumento de 7% na comparação com o mesmo período de 2018. Os elevados níveis de aquisições farão de 2019, com projeção de mais de 47,5 milhões de toneladas, o terceiro ano em que se terá batido consecutivamente o recorde em volumes de compras externas de produtos químicos (anteriores eram de 45,2 milhões de toneladas em 2018 e de 43,1 milhões de toneladas em 2017), sobretudo em intermediários para fertilizantes, produtos que possuem plenas condições técnicas e econômicas de serem fabricados no País.

As exportações, de US$ 931,8 milhões, em novembro, foram 9% inferiores na comparação com outubro e 20,8% em relação ao mesmo mês de 2018. Entre janeiro e novembro deste ano, as vendas para o exterior totalizaram US$ 11,6 bilhões, recuo de 6,8% frente ao registrado em igual período do ano passado. As resinas termoplásticas, com vendas de US$ 1,7 bilhão, foram os produtos químicos mais exportados pelo País, apesar de uma queda de 11,2% de janeiro a novembro de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado.

O déficit na balança comercial de produtos químicos, no acumulado do ano, chegou a US$ 29,5 bilhões, 7,4% acima daquele registrado em igual período de 2018. Nos últimos 12 meses (dezembro de 2018 a novembro deste ano), o déficit de US$ 31,8 bilhões somente é inferior àquele do ano de 2013, então de US$ 32 bilhões.

“Pelo terceiro ano seguido, o volume das importações será recorde. As aquisições de mercadorias estrangerias deverão superar 47,5 milhões de toneladas em 2019, com uma participação, também recorde, de 42% de todo o consumo nacional de produtos químicos. Em um cenário como esse, se faz ainda mais crucial uma agenda de competitividade com entregas rápidas para a melhoria sistêmica do ambiente de negócios. Tanto o presente quanto o futuro de toda a indústria brasileira, especialmente a química, estão em pauta e é exatamente por isso que o setor químico defende um processo de inserção internacional amparado em negociações com parceiros estratégicos, avaliação de impacto econômico e regulatório, dialogado, transparente e condicionado à redução progressiva do Custo Brasil”, destaca Denise Naranjo, diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim.