Pela primeira vez, os mercados globais viram o preço do barril de petróleo cru norte-americano cair a um patamar negativo. Nessa segunda-feira (20), a commodity alcançou – US$ 37,63. Na prática, isso significa que, ao invés de receber pelo barril comercializado, vendedores estavam dispostos a arcar com o valor em contratos fechados para maio.
Já a terça-feira (21) está sendo de retomada, com o barril do West Texas Intermediate (WTI) voltando ao patamar positivo. Porém, ações globais iniciaram o dia em queda, com investidores preocupados com os ativos mais arriscados.
O resultado negativo desse início de semana está atrelado ao aumento dos estoques de petróleo bruto, já que a crise provocada pelo coronavírus levou à diminuição no consumo. Com as refinarias reduzindo a demanda, as reservas se elevaram e o espaço de armazenamento dos produtores diminuiu.
De acordo com dados da BBC, produtores americanos recorreram a navios-tanque alugados para abrigar a produção. Atualmente, são estimados 160 milhões de barris estocados no mundo.
Reflexos e projeções do mercado
Para especialistas, ainda não está claro se essa diminuição nos preços chegará, de alguma forma, aos consumidores finais. Porém, os impactos já são projetados na economia da maior parte dos países.
As turbulências no mercado petroleiro estão em proporções mais elevadas desde o início de março, quando começou a guerra de preços entre a Arábia Saudita e Rússia. Os dois governos demoraram a entrar em acordo sobre cortes na produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), para tentar reverter a crise cimentada pela pandemia.
Com a curva de contágio global do coronavírus sem sinais de queda, mercados ainda não sabem como lidar com a falta de demanda. Para estrategistas ouvidos pela Reuters, a situação global deve pressionar a Opep+ a realizar cortes ainda mais profundos na produção da commodity, para elevar o preço do barril.
Com base em informações da Reuters, BBC e G1.
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