“O novo Terminal Norte dobrará a atividade econômica e o emprego gerado pelo Porto de Valência”. É isso o que assegura o presidente da Autoridade Portuária de Valência (APV), Aurelio Martínez, sobre o novo terminal de contêineres espanhol. A expansão tem investimentos previstos na casa de 1,4 bilhão de euros, frutos de uma parceria público-privada.
Segundo a APV, até 2030, com o novo terminal em operação, serão geradas mais de 44 mil vagas de emprego. Com isso, serão 80 mil postos de trabalho ligados ao Porto de Valência, o dobro dos números atuais. Além disso, a estimativa é triplicar o valor bruto gerado, com acréscimo de aproximadamente 6 bilhões de euros.
Esses dados foram apresentados por Martínez durante um ciclo de eventos digitais, onde explicou a expansão norte do Porto de Valência. De acordo com o presidente, são seis as razões que tornam necessária essa ampliação:
O comércio internacional continuará a crescer. O Porto de Valência já está com 73% de sua capacidade máxima. Queremos continuar sendo um hub, não perder tráfego e cumprir os objetivos e compromissos com a sociedade. Há investidores que querem apostar em nós. Os investimentos nessas infraestruturas têm prazos de maturidade muito longos. E porque o alargamento já está feito”, ressaltou Martínez.
Dragagem e questões ambientais
O novo terminal ficará localizado na extensão norte do Porto de Valência. O local já recebeu as obras de aterro e barramento, consideradas essenciais para a ampliação. Os trabalhos foram realizados entre 2008 e 2012, com investimento total de 204 milhões de euros.
É com base nisso que o presidente da APV justifica que não será necessário um novo estudo de impacto ambiental (DIA, em espanhol). Nos últimos meses, o assunto foi alvo de impasses, já que o projeto de dragagem previsto anteriormente para instalação do terminal de contêineres requereria um novo estudo. “Não é necessário uma nova DIA, uma vez que os trabalhos a serem realizados são estritamente interiores, nas águas do porto, e não afetam nenhuma das premissas estabelecidas pela Lei de Avaliação Ambiental”, reafirmou Martínez.
Ainda no quesito ambiental, o presidente apontou que o terminal de contêineres projetado será o mais avançado do mundo. A estrutura minimizará as emissões de CO² por meio do fornecimento de eletricidade aos navios. Além disso, também empregará até 98% de máquinas elétricas, alimentadas por fontes de energia renováveis.
Principais características do TIL
Em setembro de 2019, a APV aprovou a proposta da Terminal Investment Limited (TIL) para a construção e exploração do novo terminal de contêineres do Porto de Valência. A companhia selecionada gerencia, desde 2000, estruturas similares em outros locais do mundo. O grupo busca garantir berços e capacidade operacional nos principais portos utilizados pela Mediterranean Shipping Company (MSC).
De acordo com a APV, a capacidade projetada para o terminal aumentará gradualmente, alcançando 4,7 milhões de TEUs ao ano. A estrutura da TIL contará ainda com intermodalidade ferroviária, com seis trilhos de um quilômetro. Neles, a capacidade de operação anual estimada é superior a 300 mil TEUs.
A partir de 2027, com o terminal TIL na extensão norte, o Porto de Valência terá capacidade operacional projetada em 12,5 milhões de TEUs.
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