Aos 17 anos, quase ninguém possui uma ideia clara sobre o que fazer com a sua vida profissional. O salto do ensino médio para a fase adulta se dá muitas vezes no escuro: grandes expectativas, pressões e inseguranças durante as escolhas que darão norte à profissão. Em busca de respostas para os infinitos questionamentos que circundam o imaginário sobre o mercado de trabalho, busca-se aconselhamento de familiares, de amigos e até mesmo inspirações entre conhecidos para finalmente decidir sobre a área de graduação. Este assunto costuma estampar os tabloides no fim de cada ano letivo quando finalmente há se tomar uma decisão: “E agora, humanas ou exatas?”
Eduardo Bolan Borges, Gerente de Exportação da SEGA, rememora o início da sua graduação em Comércio Exterior, no ano de 2007, na Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. “Tomei a decisão baseada em estratégia. Estudava inglês desde a segunda série e ao fim do ensino médio já era fluente. Analisando meus pontos fortes, observei que o domínio em um segundo idioma me colocaria casas à frente na corrida por uma vaga no mercado de trabalho e, que essa habilidade, seria muito importante na carreira em Comércio Exterior”.
Ao ingressar na universidade, Bolan já trabalhava em uma empresa tradicional de vestuário, em Criciúma-SC, o que julga ter colaborado para conseguir em seguida o seu primeiro estágio na Cecrisa Revestimentos Cerâmicos. “Desde o primeiro dia na Cecrisa fui exposto a clientes externos – precisei “chegar nadando”. Tinha contato com profissionais da América Latina, o que exigia também conhecimentos em outro idioma – o espanhol – e conhecimentos complementares de comunicação” – pontua. A graduação aliada a relações interpessoais e know how adquirido durante o estágio tornaram o seu voo mais certeiro. Ao findar o período do contrato, foi convidado a retornar para a Cecrisa pouco tempo depois, efetivando-se como Assistente de Exportação.
Empenho, estratégia e networking impulsionaram sua guinada na carreira. “Acredito que soft skills (habilidades interpessoais) desenvolvidas fazem toda a diferença” – frisa. O coordenador do Curso de Administração com habilitação em Comércio Exterior da UNESC, Edson Firmino Ribeiro, complementa: “Estar em uma universidade é de extrema importância, mas saber construir relacionamentos, ter boas habilidades de comunicação e inteligência emocional diferencia o profissional. É preciso estar atento ao que a empresa necessita, ao que o cliente deseja e definir estratégias para colher soluções. Entregar resultados que sejam visíveis – e isto é impensável sem uma visão voltada para resultados e construção sólida de uma boa rede de relacionamentos”.
Virada de chave e upgrade profissional
Após 7 anos na Cecrisa, Eduardo Bolan foi adicionado ao quadro da Eliane Revestimentos Cerâmicos, responsável pelo mercado dos Estados Unidos. Ansioso por novos desafios, ampliou suas competências somando ao currículo uma pós em Marketing Estratégico. “Foi excelente. Aumentou, inclusive, minha expertise com vendas. Desejava uma pós graduação complementar, que proporcionasse novos conhecimentos em uma área diferente, não apenas focada especificamente em Comércio Exterior”.
A escolha estratégica rendeu frutos. Entre viagens internacionais a trabalho e estudos relacionados à profissão, Eduardo resolveu romper o ciclo e se desafiou: o próximo passo seria um MBA na Europa. Isso tudo pensado e arquitetado enquanto aguardava um temporal passar – ocioso em um quarto de hotel, em Los Angeles. “Senti que era hora de dar uma guinada na minha carreira. Eu gosto de ser estratégico, pensar em todas as possibilidades e traçar planos a curto, médio e longo prazo – como em um jogo de xadrez. Se uma jogada não deu certo, preciso ter outro plano traçado. Estava de férias, em Londres, quando o anúncio da aprovação, após alguns meses de espera, chegou. Logo me organizei para as mudanças. Havia muito a ser visto em um curto espaço de tempo. Em poucos meses já estava na Inglaterra.”
Like a Hedgehog – capacidade de transformação e adaptação
Estava a finalizar a tese, em Londres, quando pensou em ingressar no mercado de trabalho europeu. “Aqui na Inglaterra existe um contrato de trabalho chamado Zero Hora: eles te chamam para trabalhar quando há demanda. Você fica em disponibilidade. Então, resolvi voltar lá atrás, estudar e trabalhar ao mesmo tempo, para criar oportunidade. Havia uma chance desta na SEGA. O que era para ser um trabalho esporádico, virou diário. Hoje, sou o Gerente de Contas de Exportações para Europa, África, Oriente Médio e atendo um pouco da Austrália também” – conta.
Responsável pelas mídias físicas, precisa vender e promover estas mídias para os fornecedores locais, apesar da maciça maioria preferir as mídias digitais – muito mais baratas e com maior alcance de público. Mas garante que ainda há uma boa fatia do mercado que absorve este conteúdo, então, é preciso ir em busca dos “Gold Rings” (em uma referência aos anéis de ouro do Jogo Sonic – The Hedgehog, produzido pela SEGA). “É bastante desafiador e muito gratificante também. Entrar na SEGA é um sonho, sempre esteve no meu radar, não apenas por ser um desejo de menino – pois meu primeiro vídeo game foi da SEGA – mas também por toda importância que a SEGA tem para a tecnologia e para os gamers”- finaliza. “Go, Sonic!”
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