O elevado nível de utilização da frota de porta-contêineres está entre os principais problemas verificados pelos usuários da cabotagem no Brasil. O índice alcançou 76,2% em agosto de 2018, segundo uma pesquisa da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A análise foi realizada entre setembro e outubro de 2019, com 44 empresas nacionais de médio e grande porte. Essas companhias foram as que utilizaram o tipo de navegação nos 12 meses anteriores ao levantamento. Os dados começaram a ser divulgados pela agência nas últimas semanas.
Conforme a pesquisa, para 73% dos entrevistados, o free time do contêiner ou valor de demurrage foram problemas vivenciados. Além disso, a omissão de portos foi apontada por 66% dos abordados, enquanto o overbooking atingiu 56%. Ainda chama a atenção, segundo a Antaq, 46% das empresas terem informado o atraso na entrega ou a falta de confiabilidade nos prazos como problemas da cabotagem.
Porém, nesse último ponto, a confiabilidade dos prazos fica atrás apenas do preço do frete, em relação às condições necessárias para o aumento da utilização da cabotagem.
A pesquisa integra um diagnóstico da Gerência de Desenvolvimento e Estudos (GDE) da Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade (SDS). O levantamento visa fomentar opções regulatórias para aumentar a competição no transporte de contêineres na cabotagem. Busca, ainda, quantificar a utilização efetiva do modal aquaviário e identificar possíveis gargalos e condições necessárias para aumento da mesma.