O termo auto expatriado é usado para definir os profissionais que escolhem mudar de país para procurar emprego ou até mesmo tentar empreender, sem esperar que a mudança venha de uma transferência proposta por um empregador para iniciar a carreira internacional. (PRZYTUŁA, 2015). Ou seja, é uma ação completamente oposta ao que era mais frequente no mercado de trabalho que era a transferência bancada por uma empresa, tornando a situação para o empregado muito mais cômoda e segura. O auto expatriado tem que ter uma dose a mais de ousadia e coragem.
Interesses
Mas o que tem levado as pessoas à procura de oportunidades no exterior? No caso do auto expatriado pode-se dizer que está focado no autodesenvolvimento e no controle da carreira. Estudiosos internacionais sobre o tema com Suutari e Brewster (2001), identificaram ainda outros subgrupos muito comuns e com diferentes interesses: os candidatos a um emprego no exterior não têm qualquer trabalho em sua terra natal ou não estão satisfeitos com a posição atual e as possibilidades de desenvolvimento profissional; profissionais que foram para o exterior como expatriados, mas decidiram ficar no pais de acolhimento após a conclusão de suas atribuições com a empresa; e até casais em que o parceiro ou cônjuge de um expatriado encontra emprego para si no país de acolhimento, entre outros.
Crise econômica
No caso brasileiro também é inevitável apontar que a crise econômicas seja um dos motivos. Em diferentes épocas tivemos também o fenômeno da imigração, com um perfil diferenciado de pessoas e de motivações. Agora o país também vem percebendo a ‘fuga de cérebros’ que buscam melhores oportunidades e valorização.
Impacto na carreira internacional
A experiência internacional acrescenta valor considerável ao currículo profissional. O domínio de novos idiomas, a capacidade de lidar com pessoas de culturas diferentes, especialização e aquisição de conhecimento em universidades, ampliação das redes de relacionamento, são capacidades muito apreciadas pelas organizações e que podem impactar no desenvolvimento da carreira.
Estudos indicam ainda que as empresas não fazem distinção entre se o profissional foi expatriado ou auto expatriado.
“As implicações práticas para os indivíduos incluem o fato de que a experiência de trabalho internacional é boa para a carreira. Faz pouca diferença se essa experiência é obtida como um expatriado designado ou autodidata”, afirmam Suutari, Brewster, Mäkelä, Dickmann e Tornikoski na publicação The Effect of International Work Experience on The Career Success of Expatriates: A Comparison of Assigned and Sef-Initiated Expatrieates, da Human Resource Management.
E você leitor? Em algum momento da carreira já pensou em dar os próprios passos e construir suas experiências no exterior como auto expatriado?
Fontes:
PRZYTUŁA, S. Migrants, Assigned Expatriates (AE) and Self-initiated Expatriates (SIE) – Differentiation of Terms and Literature – Based Research Review. Journal of Intercultural Management Vol. 7, No. 2, June 2015, pp. 89–111.
SUUTARI, V.; BREWSTER, C. Making their own way: International experience through self-initiated foreign assignments. Journal of World Business, v. 35, n. 4, p. 417-436, 2000.
Suutari V., Brewster C., Mäkelä L., Dickmann M. e Tornikoski C. The Effect of International Work Experience on the Career Success of Expatriates: A Comparison of Assigned and Self‐Initiated Expatriates. Human Resource Manegement. Vol. 57, Issue 1, January/February 2018, pp. 37-57.