Enquanto se prepara para receber embarcações de até 350 metros de comprimento, o Complexo Portuário de Itajaí (SC) comemora o sucesso das manobras especiais na nova Bacia de Evolução. Entre janeiro – quando foi inaugurada – e o fim de março, a área recebeu 12 operações do gênero. As manobras envolveram navios de até 306 metros de comprimento e 48,5 metros de largura.
Todas as operações foram regulamentadas e autorizadas pela Autoridade Marítima (Marinha/Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí). Elas foram monitoradas pela Superintendência do Porto de Itajaí (SPI), Guarda Portuária, Marinha, praticagem, terminais portuários (APM e Portonave), armadores, agenciadores marítimos e empresas de rebocadores.
Projeções para o complexo
Conforme o superintendente do Porto de Itajaí, Marcelo Werner Salles, a operação especial é um marco para as atividades. “A manobra faz parte de um conjunto de ações que estamos fazendo para que a infraestrutura do complexo portuário de Itajaí possa atingir e atender os navios denominados mega ships, navios com até 350 metros de comprimento. Mas, na próxima fase, daremos início a novos testes com navios de 336 metros de comprimento e 52 metros de boca (largura) e, com isso, aguardar em definitivo a homologação da Autoridade Marítima”, destaca Salles.
Para o diretor superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, o momento agora é e planejar ações para o ciclo de navios acima de 336 metros. “A expectativa para a movimentação de cargas em nossa região e o consequente reflexo na economia, nos negócios e investimentos, exige, mais do que nunca, agilidade na tomada de decisões e ações efetivas por parte das empresas e governo. Neste sentido, entender o momento, implementar medidas eficazes e rápidas para atenuar os impactos e criar condições para retomada da economia será determinante. E, aqui, a competitividade de toda uma cadeia logística será impactada positivamente com esta importante melhoria na nossa infraestrutura de acesso aquaviário”, ressalta Ribas.
Impactos econômicos
O Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes é segundo maior em operações de contêineres no Brasil. Ele representa 5% da balança comercial brasileira e 70% dos produtos catarinenses.
Empresas de armadores já realizaram estudos econômicos e destacaram que, em Itajaí, de cada contêiner que entra no complexo é deixado em nossa atividade econômica, na nossa cidade de Itajaí e de Navegantes, R$ 1.600,00. Se nós movimentarmos 100 mil contêineres, que nós já estamos movimentando, é uma injeção de recursos de R$ 160 milhões por mês na nossa atividade. Por isso, é extremamente importante mantermos a atualidade da infraestrutura do Porto de Itajaí, para que a gente possa manter as nossas operações em ritmo crescente”, afirma Salles.
Segunda etapa das obras
Em setembro de 2019, representantes do complexo portuário, terminais e entidades públicas e privadas entregaram uma “Carta de Apoio Institucional” ao Fórum Parlamentar Catarinense. O objetivo foi mobilizar a classe política para o início da segunda etapa das obras de adequação nos acessos aquaviários.
Com o término da primeira etapa em agosto de 2019, as atenções se voltam à segunda fase. As novas intervenções buscam possibilitar o acesso para embarcações de até 400 metros de comprimento e 65 metros de largura. Segundo a assessoria do complexo, há previsão de aproximadamente R$ 250 milhões em recursos da União, pelo Plano Plurianual de 2020 a 2023. A obra também já está projetada e licenciada ambientalmente.
Concluída a segunda etapa, o Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes poderá operar com navios de até 366 metros de comprimentos e 51 metros de boca (largura). Mas poderá receber embarcações de até 400 metros de comprimento.
Informações de Luciano Sens/Secom/SPI