MITOEsta é uma afirmação frequente no noticiário econômico, mas a evidência empírica e a experiência histórica vão justamente no sentido contrário. Em geral, a defesa de barreiras comerciais vem acompanhada de expressões como “indústria nascente” e “manter os empregos aqui”. O Brasil tem um exemplo clássico que ilustra bem a fragilidade desse posicionamento.
Na década de 80, havia políticas protecionistas duras para “defender empregos” e a “indústria nascente” de computadores no Brasil, já que os produtos encontrados no exterior eram muito mais competitivos e evoluídos tecnologicamente. Só faltou levar outro fator em consideração: o custo de oportunidade.
A tecnologia avançou rapidamente, mas sem abertura comercial, o Brasil ficou de fora desses avanços. Praticamente todas as áreas que precisavam das tecnologias de informação foram prejudicadas, ao custo de muitos empregos. Na prática, o prejuízo causado à toda a indústria no país foi devastador.
Quando a reserva de mercado caiu, quase ninguém sentiu falta. A política não apenas teve poucos efeitos para que a “indústria nascente” atingisse a maioridade, como ainda atrasou o avanço em várias outras áreas. Foi justamente a abertura comercial que salvou a indústria nacional, o agronegócio, o setor de serviços e os empregos brasileiros.
A história se repete
A lógica é a mesma para outros produtos necessários ao bom desenvolvimento dos negócios aqui existentes. Privá-los do acesso a insumos e equipamentos de maior qualidade e/ou menor custo não traz qualquer benefício. Para os consumidores finais, o poder de compra está diretamente associado à capacidade de acessar um mercado amplo, com concorrência, sem limitações.
Isso não significa fechar os olhos para práticas de concorrência desleal, como uso de mão de obra em condições precárias ou métodos de produção que impactem significativamente o meio ambiente. O que não pode ocorrer é que o remédio para essas situações pontuais traga consequências ainda mais danosas para a economia como um todo.
No longo prazo, o crescimento da economia e o aumento da renda das pessoas depende da produtividade. Como se viu no Brasil da década de 80 e em outros inúmeros exemplo mundo afora, reservas de mercado não costumam resultar em geração de empregos, não ampliam a oferta e nem a procura por bens e serviços, não aumentam a produtividade e, por consequência, não impulsionam a economia e não enriquecem os cidadãos.
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