Micam Milano gera quase US$ 40 mi para calçadistas do Brasil

Feira na Itália surpreende e gera bom volume de negócios para marcas brasileiras

Foto Divulgação Micam Milano

Apesar do clima de incerteza gerado pelo coronavírus, a Micam Milano superou as expectativas da delegação brasileira que desembarcou em Milão, na Itália. As 76 marcas nacionais que participaram da mostra milanesa entre os dias 16 e 19 de fevereiro partiram para o Brasil com negócios na ordem de $ 38,2 milhões de dólares – somados os pedidos fechados in loco e os negócios alinhavados durante o evento -, resultado 60% superior ao registrado na edição de fevereiro de 2019.

A analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Paola Pontin, ressalta que, assim como os negócios, o número de contatos teve incremento importante, de 15%. “Nossos expositores atenderam cerca de 2 mil contatos durante os quatro dias de feira, o que mostra o interesse dos visitantes e a assertividade das coleções brasileiras”, avalia Paola.

Cautelosa em função da situação mundial, a Savelli foi surpreendida pelo movimento e pelos negócios gerados pela feira. “Tradicionalmente esta edição de apresentação das coleções de Inverno não é tão positiva quanto a de Verão. Isto, somado ao medo gerado pelo coronavírus, fez com que viéssemos com as expectativas mais baixas, porém fomos surpreendidos positivamente pelo movimento da feira, que nos proporcionou tanto a manutenção de clientes quanto a abertura do mercado de Singapura e novos clientes na Austrália, Líbano, Argélia e Marrocos”, conta Bruna Pini, gerente de exportação da Savelli.

Alternativa à China

O sentimento foi compartilhado pela Ala/Zatz. De acordo com Bianca Régis, comercial da empresa, grandes redes europeias que costumam comprar da China acabaram buscando fornecedores em outros países produtores, o que gerou um resultado acima das expectativas. “Os compradores estão buscando alternativas, pois precisam abastecer suas lojas”, comenta.

O movimento acima do esperado também chamou a atenção de Diego Fernandes, do departamento de exportação da Klin. “Fizemos contatos com clientes muito qualificados, alguns deles, inclusive, já fecharam os pedidos aqui na Micam, o que costuma ocorrer pós feira”.

Estreia na Micam Milano

Bons resultados também para as empresas que estrearam na Micam Milano. Depois dos quatro dias da mostra milanesa, Marco Scheffel, representante de exportação da Andine, conta que conseguiu abrir os mercados do Japão, Líbano, Colômbia e Nigéria. “Essa é a nossa primeira participação e já colhemos ótimos frutos, recebendo clientes qualificados e que se mostraram abertos aos nossos produtos”, avalia Scheffel, acrescentando que a Micam Milano se mostrou uma importante plataforma para o objetivo da empresa, que é dobrar o volume exportado em um ano (de 15% para 30% da produção).

Para a La Femme, que também desembarcou pela primeira vez na mostra, o retorno foi positivo. “Sabemos que temos um longo caminho para percorrer no mercado internacional, que hoje corresponde a 3% da nossa produção, mas saímos da Micam Milano com a sensação de que estamos na direção certa, com uma estratégia bem definida para alcançarmos 10% nas exportações no médio/longo prazo”, frisa Renato Barboza, diretor da La Femme.