A pandemia trouxe desafios até então inimagináveis também para praticamente todos os setores da economia. As receitas sofreram impacto, a operação no dia a dia mudou drasticamente e a adaptação precisou ser rápida. Esta também foi a realidade para a gestão portuária. Mesmo assim, 2020 foi um ano histórico para a Portonave e as expectativas para 2021 e os próximos anos são positivas. Diante das transformações, o porto de Navegantes, em Santa Catarina, se fortaleceu.
De acordo com o diretor-superintendente Administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, o principal desafio durante a pandemia tem sido de preservar a segurança dos profissionais. Medidas de prevenção foram adotadas e os procedimentos foram adequados para manter o padrão de eficiência. “Assim conseguimos nos ajustar à demanda do mercado e tivemos um resultado bastante expressivo.
“O cenário internacional mudou e exigiu uma rápida adaptação. A intensidade das mudanças na cadeia global de suprimentos e a velocidade com que isso aconteceu gerou um desequilíbrio entre oferta e demanda, origem e destino de vários produtos. Este cenário tornou evidente a importância de infraestrutura adequada, equipes prontas e atualização tecnológica”, aponta o gestor.
Ele reconhece que os primeiros meses da pandemia foram difíceis, mas, no fim das contas, o ano encerrou com um crescimento de 18,8% na movimentação de contêineres, com mais de 893 mil TEUs. O resultado foi impulsionado pela conclusão da primeira fase das obras da nova Bacia de Evolução para o Complexo Portuário de Itajaí. “Só o Porto de Navegantes recebeu, em 2020, 62 ‘gigantes’, que são os navios com mais de 306 metros de comprimento que giraram na nova área”, relata Ribas.
O contexto exigiu dos portos resiliência e capacidade de adaptação, de acordo com o gestor. De início, a falta de insumos levou a uma redução da produção industrial no mundo nos dois primeiros meses da pandemia. Mesmo nesse período, houve crescimento nas operações da Portonave. A reação que veio em seguida, antes do que era previsto, ajudou a consolidar o desempenho positivo.
“O impacto na indústria foi menor do que no setor de serviços. E a operação portuária está diretamente ligada ao desempenho industrial. A qualidade da indústria catarinense, localização e perfil dos produtos, assim como a capacidade operacional, também influenciaram”, descreve o diretor da Portonave.
Para os próximos meses, a tendência é que o bom momento continue. “Acreditamos que o crescimento observado nestes primeiros meses é sustentável. Esperamos por uma retomada consistente do comércio internacional, com maior integração, redução de barreiras e que o nosso país possa estar alinhado com a visão global e ampliar os acordos bilaterais de comércio”, prevê. Em 2021, o porto teve o melhor janeiro da história e o mês de fevereiro foi o primeiro com mais de 100 mil TEUs movimentados em um único mês.
No que depender da Portonave, outros recordes ainda irão atracar em Navegantes.
“Há a previsão de projetos e investimentos para melhorar a capacidade de recebimento de navios, equipamentos e tecnologias. Tudo pensando em oferecer um serviço com cada vez mais qualidade aos clientes”, projeta Ribas.