Depois de fazer uso do container no processo de importação, a empresa precisa devolvê-lo no terminal indicado pelo armador. A fim de direcioná-lo para a próxima viagem nas melhores condições, logo no recebimento, há uma conferência do estado de conservação do equipamento. Algumas verificações são feitas, dentre elas a presença de avarias e a limpeza do espaço usado. É nesse momento, quando percebida alguma sujeira que impeça a evolução do caminho do container, é que são demandadas as lavagens.
A limpeza em questão pode ser uma lavagem simples ou lavagem química, dependendo da sujeira encontrada. A primeira é usada para retirar poeira, retalhos, restos de produtos ou qualquer coisa que não demande um produto químico. “Neste caso, como o próprio nome diz, é uma limpeza simples, e a empresa pode fazer na própria fábrica antes de devolver o container, verificando com cuidado se há restos da sua viagem”, pontua o especialista em transportes internacionais, Rafael Schneider, sócio-diretor da Ethima Logistics.
Já a lavagem química é mais complexa e serve para limpar odores – como os causados pelo transporte de peixe ou frango, por exemplo –, manchas de produtos químicos, dentre outros. Schneider esclarece que, por se tratarem de serviços realizados pelo terminal, a cobrança é pertinente e pode variar conforme a complexidade. “Cabe ao usuário certificar que a cobrança é justa, evitando-a com a limpeza antes da entrega ou negociando antecipadamente com os responsáveis”, complementa.
E se a sujeira não for causada pelo meu produto?
Não é raro verificar cobranças de lavagem de container com sujeiras remanescentes da viagem anterior. Se a empresa transportou tecido, por exemplo, não condiz receber uma cobrança de lavagem química por forte odor. “Embora estranho, isso pode acontecer e o acompanhamento do recebimento do container, com todos os registros de chegada e saída, pode ser útil para questionar esta cobrança”, finaliza o especialista.