A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgou dados sobre os mercados globais de frete aéreo, mostrando que a demanda, medida em quilômetros por tonelada de frete (FTKs), teve retração de 3,2% em julho de 2019, em comparação com o mesmo período de 2018. Isso marca o nono mês consecutivo de queda ano a ano nos volumes de frete.
A carga aérea continua a sofrer com o fraco comércio global e a crescente disputa comercial entre os EUA e a China. Os volumes comerciais globais estão 1,4% menores que um ano atrás e os volumes comerciais entre os EUA e a China caíram 14% no acumulado do ano em comparação com o mesmo período de 2018.
O índice global de gerentes de compras (Purchasing Manager Index – PMI) não indica um aumento. O rastreamento de novos pedidos de exportação de manufaturados vem caindo desde setembro de 2018. E pela primeira vez desde fevereiro de 2009, todos os principais países registraram queda nos pedidos.
A capacidade de carga, medida em quilômetros de tonelada de frete disponível (AFTKs), aumentou 2,6% em relação ao ano anterior em julho de 2019. O crescimento da capacidade ultrapassou o crescimento da demanda pelo nono mês consecutivo.
“As tensões comerciais estão pesando em toda a indústria de carga aérea. Tarifas mais altas estão atrapalhando não apenas as cadeias de suprimentos transpacíficas, mas também as rotas comerciais em todo o mundo. Embora as tensões atuais possam gerar ganhos políticos de curto prazo, elas podem levar a mudanças negativas de longo prazo para os consumidores e a economia global. O comércio gera prosperidade. É fundamental que os EUA e a China trabalhem rapidamente para resolver suas diferenças”, disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata.
Frete aéreo na América do Sul
As companhias aéreas latino-americanas experimentaram um aumento no crescimento da demanda de frete em julho de 2019 de 3,0% em comparação com o mesmo período do ano passado e a capacidade aumentou 2,7%. A recuperação da economia brasileira, para evitar uma recessão, foi um fator positivo; no entanto, permanecem as preocupações com as perspectivas de alguns dos principais países da América Latina, incluindo a Argentina.