A Feira de Cantão, maior do gênero multissetorial do mundo, ocorrerá neste ano de forma on-line e em junho. A mudança da data e formato da 127ª Feira de Importação e Exportação da China, a Canton Fair, foi anunciada nesta terça-feira (7), após reunião executiva do Conselho de Estado. As alterações estão relacionadas com os impactos do coronavírus (Covid-19) no mundo.
Conforme o Conselho de Estado, empresas nacionais e estrangeiras serão convidadas a expor os produtos de forma on-line. Com auxílio da tecnologia, participantes poderão exibir produtos e fechar negócios via plataforma de comércio exterior habilitada para a internet.
Originalmente, a primeira fase da Feira de Cantão estava programada para ocorrer entre 15 de abril e 5 de maio. No entanto, nos últimos meses, o governo já sinalizava que o evento seria adiado, em razão da pandemia, o que foi confirmado no dia 26 de março. A nova data ainda não foi informada no site do evento.
Novas zonas-piloto
Outro anúncio feito nesta terça-feira pelo Conselho foi a criação de novas zonas-piloto para e-commerce cross border, ou “transfronteiriço”. A medida, assim como a feira on-line, é uma estratégia do governo chinês para estabilizar o comércio exterior e os investimentos no país.
Serão 46 novas zonas-piloto integradas, que apoiarão o processamento do comércio junto às 59 já existentes. Além de aplicar práticas para impulsionar o fluxo comercial, as empresas nessas zonas terão políticas de apoio, como isenção do valor agregado e impostos especiais de consumo sobre as exportações de varejo.
Fortalecimento do e-commerce
O governo chinês atribui grande importância ao desenvolvimento do e-commerce cross border. Os números da Administração Geral das Alfândegas mostram que as vendas no varejo dos negócios de comércio eletrônico transfronteiriço da China atingiram 186,21 bilhões de yuans em 2019. Já entre janeiro e fevereiro deste ano, o número cresceu 36,7%.
O primeiro-ministro Li Keqiang estabeleceu requisitos para políticas de estabilização do comércio exterior e de adoção de medidas para impulsionar esse tipo de e-commerce. Essa modalidade é vista como uma forma de alavancar o setor durante o período de crise provocada pelo Covid-19. “Combater o impacto econômico do surto no exterior é uma tarefa premente. Com as rigorosas medidas de contenção introduzidas nos países, o comércio exterior e o investimento estão diminuindo persistentemente”, afirmou o primeiro-ministro.
As empresas que integrarem essas zonas serão apoiadas na construção conjunta e no compartilhamento de armazéns no exterior.