A balança comercial brasileira registrou crescimento no volume de exportações em maio, apesar do cenário da economia global. O volume exportado, medido pelo índice de quantum, aumentou 5,6% em relação ao mesmo mês de 2019. O dado foi divulgado preliminarmente pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. No acumulado de 2020, o aumento das vendas para o exterior foi de 1,7%, em relação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi determinado pela alta de 36,1% no volume das exportações do setor agropecuário. Fatores como a competitividade do país e a elevada demanda mundial contribuíram para o resultado, segundo a Secex. Em 2020, o crescimento das exportações do agro foi de 19,9%. “Observa-se que a demanda dos países asiáticos pelos produtos brasileiros continua aquecida. Para aquele continente, houve crescimento do valor exportado de 27,7% no mês e de 16,8% no acumulado do ano”, pontua o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz.
De acordo com ele, o setor tem compensado o recuo em exportações de produtos industrializados, conferindo resiliência ao segmento exportador.
Embarques recordes no período
Além do aumento no volume de exportação, o Brasil obteve recordes históricos para maio, conforme a Secretaria. Entre eles estão embarques de soja (15,5 milhões de toneladas), petróleo bruto (8,4 mi/t), açúcares e melaço (2,7 mi/t), farelo de soja (2 mi/t), óleos combustíveis (1,6 mi/t), alumina (789 mil toneladas), carne de aves (373 mil/t), café (216 mil/t) e carne bovina (155 mil/t).
Corrente e saldo comercial
Já em valores, a corrente de comércio no mês chegou a US$ 31,3 bilhões. O volume representa recuo de 3,1%, em relação à média diária de maio de 2019. O saldo comercial foi de US$ 4,5 bilhões, uma queda de 11,1% em relação à média de maio do ano passado. Isso é resultado da retração de 1,6% das importações e de 4,2% das exportações no mês.
O recuo na importação foi influenciado, principalmente, por operações de nacionalização de duas plataformas de petróleo (US$ 2,7 bilhões). Elas ocorrem pela migração do regime aduaneiro especial Repetro para o regime aduaneiro especial “Repetro-Sped”. O novo regime, implementado em 2018, determina que equipamentos admitidos temporariamente na importação, com pagamentos de afretamentos e aluguéis, sejam nacionalizados.
Acumulado do ano
Apesar do volume exportado crescer 1,7% nos cinco primeiros meses do ano, pelo índice de quantum, o País sentiu a queda de 5,3% nos preços comercializados. A diminuição, segundo a Secex, é consequência do desaquecimento da economia global. Por isso, o valor exportado recuou 4,5% de janeiro a maio, para US$ 85,3 bilhões.
Com isso, a corrente de comércio brasileira recuou 2,8%, alcançando US$ 154,3 bilhões. E o saldo comercial reduziu 17,9%, em relação a 2019, atingindo US$ 16,4 bilhões no ano.
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