A proposta é ousada e defendida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ela propõe taxar importações de quem polui. O aviso foi feito aos principais parceiros econômicos do bloco para a criação de uma taxa de carbono sobre as importações da União Europeia (UE) para compensar o que chamou de concorrência injusta.
Não há sentido em reduzir as emissões de gases do efeito estufa em casa [na Europa] se aumentarmos as importações de dióxido de carbono do exterior. É uma questão de justiça perante nossas empresas e nossos trabalhadores. E vamos protegê-los de concorrência injusta”, afirmou Von der Leyen perante a plateia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quarta-feira (22/01).
Recentemente, a Comissão Europeia defendeu que o bloco alcance um balanço líquido de emissões igual a zero até 2050. Para isso, apresentou um plano de transição ao custo de € 1 trilhão de euros, dos quais um terço de investimentos privados.
Von der Leyen elogiou o sistema de comércio de emissões da Califórnia e também a China pela criação de um mercado de carbono. Se medidas como essas virarem uma “tendência mundial, então não haverá mais necessidade de taxas de carbono nas alfândegas”, acrescentou.
O presidente da França, Emmanuel Macron, tem defendido a ideia de uma taxa de carbono sobre as importações europeias de países que não assinaram o Acordo de Paris e que não têm legislações sobre emissões de CO2 tão rígidas como as europeias.