Ao mesmo tempo em que busca controlar os índices de contágio de Covid-19, o Reino Unido adota medidas para viabilizar o processo de reabertura econômica. Na Inglaterra, que concentra a maior parte dos casos, o plano de retomada foi revisto nesta semana. Entre as flexibilizações está a autorização para que setores, como o varejo, possam reabrir as portas. É o cenário nesse ponto do continente europeu que a série “Corona Around The World” traz nesta semana.
Com nível de contaminação considerado alto, o Reino Unido estuda novas liberações em julho, como nos setores de entretenimento e hospedagem. Atualmente, ele ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de mortes por Covid-19 e quinto na lista de casos confirmados. Porém, Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte têm regras próprias para restrição ou permissão de atividades.
A exemplo de outros países, o Reino Unido também estabeleceu o chamado lockdown ainda em março. Ao longo desses três meses, a rotina da população tem passado por bruscas alterações. “Mudou bastante coisa. Uma delas é o contato com as pessoas. É preciso sempre manter o distanciamento social. Os mercados têm um número ‘x’ de pessoas para entrar por vezes e os locais públicos, em geral, tiveram restrições”, comentam os engenheiros civis Bruna Mendes Costa e Thiago Sandrini de Assis, que residem em Liverpool.
Retorno gradual das atividades
Na percepção do casal, o retorno à “normalidade” tem realmente ocorrido de forma gradual. Na Inglaterra, as restrições começaram a ser abrandadas em maio. Uma das autorizações concedidas pelo governo, à época, foi para trabalhos que não podiam ser executados de casa. Contudo, as liberações têm ocorrido mediante exigência de regras de distanciamento social.
Entretanto, mesmo em meio às flexibilizações, o governo mantém como principal recomendação manter o isolamento e dar preferência ao home office. O recado aparece logo que se acessa o site oficial do Reino Unido destinado a informações sobre Covid-19. Outros cuidados – como limitar o contato com pessoas, estar alerta, lavar as mãos com frequência e não sair de casa se tiver sintomas – também são reforçados pelas autoridades locais.
Suporte à sociedade durante o período de crise
Diferenciando-se de outros países, onde falta suporte governamental durante a crise, o Reino Unido tem executado medidas de auxílio à população e às empresas. Na avaliação de Bruna e Thiago, o Estado tem se mostrado um aliado da sociedade em meio às turbulências. “Segundo o governo, esse é um dos momentos mais difíceis depois da guerra. Mas ele tem se mostrado muito forte e prestativo diante de tudo isso. Está ajudando financeiramente aqueles que estão em casa, tem adotado medidas para ajudar a população, facilitando acesso a alguns benefícios que antes eram mais restritos, afim de ajudar todos a passarem por este período de crise”, ponderam.
Para as empresas, entre os suportes disponibilizados estão empréstimos, benefícios fiscais e subsídios em dinheiro. Os empregadores, por exemplo, puderam solicitar subvenção para cobrir até 80% dos salários dos colaboradores, nos casos impossibilitados de trabalhar. Já os trabalhadores independentes podem receber mensalmente até £ 2.500, por pelo menos três meses. O primeiro pagamento estava previsto para junho. “A sociedade tem também feito o seu papel. Acredito que não só o governo, mas todos precisam fazer a sua parte para que possamos sair desse momento mais forte”, pontua o casal.
Segundo o Rastreador de Políticas dos Países, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a área de comércio exterior também recebeu incentivo no Reino Unido. Em março, o governo isentou impostos alfandegários sobre importações de itens médico-hospitalares de fora da União Europeia. A medida incluiu ventiladores, kits de testes e roupas de proteção, para melhorar a entrega de suprimentos à linha de frente de combate à pandemia.
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