Com a chegada de junho, iniciou o relaxamento das restrições impostas para combater o novo coronavírus na Finlândia. O país do norte europeu começou a flexibilizar atividades na última semana, mas de maneira controlada. O objetivo – assim como o de outras nações – é permitir a retomada econômica e, ao mesmo tempo, impedir o avanço da doença. Por isso, o contexto da pandemia de Covid-19 em território finlandês é o terceiro a ganhar espaço no Portal OMDN, na série “Corona Around The World”.
No país nórdico, as primeiras ações relacionadas ao novo coronavírus foram empregadas a partir de março. Entre as medidas iniciais adotadas pelo governo esteve a proibição de eventos com mais de 500 pessoas. Logo, as restrições aumentaram, permitindo, no máximo, dez pessoas em um mesmo ambiente. “Escolas foram transformadas em home schooling e quem tinha condições foi orientado a fazer home office. Não teve um lockdown mais forte como na Itália, por exemplo. Mas houve o distanciamento social. Escudos de vidros nos caixas de supermercados, marcações no chão nas filas… Mas as pessoas, aparentemente, não se mostraram muito preocupadas”, recorda o músico Mateus Búrigo, que reside na capital, Helsinque.
Flexibilização das medidas preventivas
As restrições permaneceram com maior intensidade até maio, quando foi anunciado o afrouxamento dessas medidas, segundo Búrigo. Agora, em junho, a flexibilização se intensificou. Entre as liberações destacadas pelo governo no site oficial do País, está a permissão para eventos públicos e reuniões gerais com até 50 pessoas. Os que demandarem até 500 integrantes poderão ocorrer mediante acordos especiais. Já os eventos públicos com número superior de participantes seguem proibidos até 31 de julho.
Também estão sendo reabertos neste início de mês pontos de cultura, como museus, teatros e bibliotecas, assim como instalações esportivas. Os restaurantes e cafés retornam às atividades, mas com restrições. O número máximo de clientes em ambientes fechados, por exemplo, é limitado à metade do normal.
Antes disso, as escolas primárias até o terceiro ano já haviam entrado em funcionamento. “Crê-se que o governo quer fazer isso para ‘acelerar’ o processo de contágio na chegada do verão, visto que julho já teremos férias escolares e vai parar de qualquer jeito. E também podem estar tentando antecipar o que poderia ser pior na chegada do inverno”, analisa Búrigo.
De acordo com o morador, essa crença foi sustentada pela instalação de um hospital de campanha em um dos bunkers da cidade. “O pessoal do Ministério da Saúde diz que é só uma precaução em caso de estouro da epidemia, mas, com essas medidas recém-anunciadas, é provável que estejam se preparando para receber os contaminados”, pondera.
Suporte econômico do governo
Assim como outros países, a Finlândia adotou medidas de apoio à renda para indivíduos e empresas, na tentativa de minimizar os reflexos econômicos. “Sobre ajudas, a Finlândia é um país com muitos programas sociais, benefícios e afins. Existe um fundo de suporte às empresas, mas, aparentemente, só algumas mais poderosas foram ajudadas, deixando alguns microempreendedores na mão e muito irritados. Mas o impacto na economia está sendo e vai ser grande. Outra razão para tentarem voltar à vida no verão, onde a economia gira muito mais quente”, observa Búrigo.
Inicialmente, o governo finlandês anunciou aproximadamente € 20 bilhões em medidas fiscais – o equivalente a 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Entre as principais ações estão as voltadas a reduzir contribuições previdenciárias do setor privado, aumentar garantias de empréstimos às empresas, flexibilizar o pagamento de impostos e prorrogar o subsídio de desemprego.
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