Os negociadores dos quatro países membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) que participaram das articulações com a União Europeia apresentaram em um evento que está sendo realizado em Chapecó-SC, os principais pontos de alguns capítulos do Acordo do Mercosul com a União Europeia que afetam diretamente o setor da agricultura familiar.
O representante brasileiro, Gustavo Cupertino Domingues, que integra a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, reiterou que o acordo é muito grande, pode vigorar parcialmente e que apresenta muito mais oportunidades do que desvantagens, pois os potenciais riscos podem ser controlados por mecanismos como o de salvaguarda e as regras de origem.
O debate sobre o tema ocorreu durante a 31ª Reunião Especializada em Agricultura Familiar do Mercosul (REAF), sob coordenação da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Participam do evento mais de 80 convidados de entidades públicas, privadas e cooperativas vinculadas à agricultura familiar da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Peru e Bolívia.
O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, destacou que a discussão sobre o acordo é muito frutífera para os gestores públicos e organizações da agricultura familiar de todos os países da região.
“Precisamos conhecer este tema e nos preparar para o que vem pela frente, em todos os aspectos, positivos e negativos. Podemos utilizar as questões positivas em nosso favor e nos precaver para as situações que porventura sejam negativas para os nossos agricultores”, comentou Schwanke.
Desafios e oportunidades
Entre os temas destacados pelos negociadores estão a política de cooperação, as questões sanitárias e fitossanitárias, a propriedade intelectual, os recursos genéticos, os conhecimentos tradicionais e a transferência de tecnologia.
Organizações sociais como a Coprofam (Confederación de Organizaciones de Productores Familiares del Mercosur Ampliado) e a OCB (Organização das Cooperativas do Brasil) também expuseram suas percepções sobre o acordo. Para os representantes da sociedade civil, é necessário aumentar a resiliência dos setores que podem ser afetados de forma negativa pelo acordo e fortalecer as cadeias produtivas que podem ingressar o mercado internacional.