Por Renato Barata Gomes
Com a sociedade global, imersa no mundo digital, o acesso à informação cresceu de forma exponencial. Atualmente, nossas crianças têm mais informação disponível do que imperadores na idade média. A internet e as redes sociais, transformaram a comunicação. Qualquer pessoa que tenha um smartphone é um gerador e multiplicador de notícia. Assim, da mesma forma que a notícia se multiplica com rapidez, informações são plantadas e inventadas com facilidade. Estas notícias falsas ficaram conhecidas como fake news.
No mundo dos negócios, informações são muito importantes para ajudar na tomada de decisão, de pessoas físicas e também jurídicas. Uma notícia falsa, no ambiente político e econômico, pode gerar especulações na bolsa de valores, impactar nas taxas cambiais em nível global e influenciar planos de ação em instituições públicas e privadas.
Atualmente, uma das fontes de receita no marketing digital é o anúncio publicitário. Com a onda de fake news, empresas estão cada vez mais preocupadas em onde investir suas ações de promoção, com medo de serem relacionadas a notícias falsas, impactando de forma negativa a credibilidade dos seus negócios.
As fakes news ganharam muita força nas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos, onde a suposta geração de fake news, disseminadas por robôs da internet teve o objetivo de denegrir a imagem de um candidato e de influenciar na decisão dos eleitores em favor do outro candidato. Estas notícias tiveram como plataforma de comunicação, uma das redes sociais mais poderosas, o que também acabou por prejudicar a marca desta empresa pelo suposto envolvimento no caso. Por isso, o Facebook vem, desde então, desenvolvendo novas regras em seus algoritmos, buscando aumentar a segurança para seus clientes.
Muitas multinacionais, que fazem anúncios publicitários em nível global, criticam as empresas de gestão de conteúdo digital, alegando que estas devem ser responsáveis pela fiscalização do conteúdo gerado por seus usuários, pois atualmente as pessoas compartilham notícias falsas sem qualquer preocupação com as consequências legais.
As fake news muitas vezes não mencionam especificamente o nome das empresas, ou sequer chegam a aprofundarem-se no tema exposto. Entretanto, a manchete faz referência indireta, fazendo com que todos que repassem à notícia, o façam de forma a denegrir sua marca. No ano passado, uma notícia foi emitida afirmando que a Coca-Cola estaria deixando a Zona Franca de Manaus como forma de protesto ao aumento de tributos. A notícia correu a mídia gerando muito debate sobre a marca, além de especulações dos acionistas. Toda notícia disseminada além de gerar um descrédito da marca, gera também um investimento alto para desmentir as informações viralizadas.
Infelizmente, ainda há muito tempo e esforço futuro para que as fake news sejam mitigadas. O desenvolvimento tecnológico continua em ritmo acelerado e novas formas de mídia são criadas ano após ano. Além disso, os sistemas legais não acompanham o ritmo do desenvolvimento tecnológico, o que acaba por gerar a sensação de impunidade para muitos grupos que criam e espalham fake news diariamente, prejudicando pessoas e empresas. A solução mais rápida é a educação da sociedade. Se aprendermos a não nos deixar levar pelo sensacionalismo, se aprendermos a ler todo o conteúdo das notícias e não somente as manchetes, e se aprendermos a buscar diferentes fontes das notícias geradas, grande parte das fake news não seriam compartilhadas nas redes sociais.