O mercado de comércio de máquinas de costura é competitivo, mas não fica restrito aos grandes players. Pequenos comerciantes como o criciumense André Barchinski Mattei, que atua na revenda de equipamentos para empresas de confecção, têm buscado opções para obter melhores resultados. A empresa dele, a André Máquinas, vende, instala e dá suporte a soluções de automação. Mas para se destacar é preciso ir mais longe.
Por ser um setor muito competitivo, com muita concorrência, e margem cada vez menor, está se tornando muito difícil trabalhar assim, então nós buscamos alternativas”, conta Barchinski. Neste contexto, a China surgiu naturalmente como o caminho a ser buscado. “Ouvia falar muito da China e acabou se tornando um sonho ir para lá”, acrescenta.
O sonho que virou projeto foi concretizado este ano com a primeira viagem internacional. Durante 10 dias visitou feiras, costurou relações com fornecedores e agora busca comprar os equipamentos que revende no Brasil. “Quando pensamos nesta viagem não sabíamos nem por onde começar. Mas buscamos a assessoria da UNQ Import & Export para obter a orientação necessária. O acompanhamento foi essencial para aproveitar todo o tempo na China. É uma viagem longa, com uma língua muito diferente e tudo precisa ser muito bem aproveitado”, relata.
André Máquinas
As primeiras máquinas importadas já estão em trânsito e em breve estarão disponíveis para os primeiros negócios. “O investimento em inovação, tecnologia e automação é o que tem garantido a eficiência e resultado no ramo da confecção”, avalia. “Nosso desafio é mostrar para os clientes que o investimento feito será pago com o aumento de produtividade”.
Barchinski considera que um dos diferenciais da empresa é o atendimento personalizado e próximo de uma assessoria. “Nós vamos até o cliente, montamos a máquina, fazemos testes e damos treinamento”, conta.
De garçom ao comércio de máquinas
Apesar de se considerar surpreso com o primeiro contato com a China e os chineses, a trajetória pessoal do comerciante André Barchinski Mattei tem muitas semelhanças com a realidade dos asiáticos.
Ao ficar órfão de pai aos 7 anos de idade se viu na obrigação de trabalhar já aos 12 anos como garçom para ajudar em casa onde vivia com a mãe e a irmã. Logo depois, entre os 13 e 14 anos teve os primeiros contatos com o setor têxtil. “Trabalhei como ajudante de confecção e fábricas de costura até os 19 anos”, relembra.
Depois disso fez um curso de mecânico e seguiu atuando em fábricas até chegar a um comércio de máquinas onde ficou até os 26 anos. “E ainda fazia uns bicos de garçom aos finais de semana para completar a renda”.
Superou a depressão e decidiu que voltaria para a área de máquinas de confecção. Sem dinheiro para começar, trabalhou como ajudante de pedreiro até juntar o capital inicial. “Não era muito dinheiro, mas consegui comprar três maquininhas usadas e dar o pontapé inicial”.
Se eu olhar para nove anos atrás e comparar com os dias de hoje não dá nem para dizer que estamos falando da mesma pessoa. Começamos sem nada mesmo e hoje conseguimos melhores condições”, finaliza.