A China é, atualmente, o país que mais importa alimentos industrializados do Brasil. Somente no ano passado, o país asiático adquiriu 248,8 mil toneladas, volume avaliado em US$ 5,327 bilhões. Em 2018, foram US$ 3,304 bilhões. As informações constam em relatório divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).
O que explica o salto de um ano para o outro, segundo a Abia, foi uma maior demanda por carne suína. Na lista de principais mercados para o Brasil estão também a Holanda, Hong Kong, Estados Unidos e Arábia Saudita.
“Qual a nossa expectativa para este ano? Temos duas variáveis importantes. Primeiro, mantida essa taxa esperada pelo governo brasileiro de crescimento da economia e mantida a safra agrícola, pelo menos repetindo a safra que nós obtivemos em 2019, acreditamos fortemente que vamos crescer entre 2,5% e 3,5% em vendas reais. Nós temos motivo para acreditar nisso”, disse o presidente executivo da Abia, João Dornellas.
Quanto a um possível impacto do coronavírus nas negociações de alimentos, Dornellas disse que observa uma “maior dependência” da China de produtos brasileiros do que antes da epidemia. “Porque, de modo geral, o que nós acompanhamos nas notícias, deu uma parada no campo, na produção, as pessoas ficaram em casa, o governo estimulou as pessoas a ficar em casa. Então, a demanda tem sido ainda mais crescente”, explicou.
A indústria alimentícia, segundo a Abia, criou 16 mil empregos diretos, 3 mil a mais do que em 2018. O levantamento demonstra que o setor responde por quase um quarto dos postos gerados pela indústria de transformação do país, que equivale a 1,6 milhão.
“O Brasil exporta produtos industrializados alimentícios para mais de 180 países. Isso, por si só, significa uma chancela muito grande para a qualidade do produto brasileiro. Chegar a 180 países do mundo consumindo nosso produto fala muito bem da indústria de alimentos do Brasil”, disse.