A capacidade média dos navios porta-contêineres em atividade cresceu em quase todas as regiões do planeta em 2019. Dados do IHS Markit, publicados pelo JOC.com, apontam que o tamanho médio das embarcações aumentou entre 2% e 5% no último ano, na comparação com 2018. Essas informações, segundo o JOC, abrangem as maiores transportadoras marítimas do mundo.
Os portos do Sudeste Asiático registraram o maior aumento da capacidade média dos navios, com 5%. Já o tamanho das embarcações que fazem escala na América do Norte aumentou 2% em 2019. A única exceção foi a América Latina, que apresentou recuo na média anual, frente à registrada em 2018.
Aumento também nas operações
Além de pressionar a eficiência global dos terminais e portos, a elevação da capacidade dos navios também impacta na quantidade de carga operada. Conforme o levantamento do JOC, 2019 seguiu a tendência dos anos anteriores, com expansão na média de chamadas – número de contêineres trocados em cada porto. Segundo os dados, o crescimento no último ano ocorreu em taxa superior à de capacidade média dos navios.
Os portos do Mediterrâneo foram os que registraram mais chamadas, com aumento de 13%. Já os do norte da Europa observaram, no último ano, crescimento de quase 10% na demanda.
Impactos a serem analisados
Entretanto, o número de guindastes implantados nos portos para atender as chamadas não acompanhou esse crescimento. Com isso, segundo a pesquisa, cada guindaste precisou fazer mais movimentos, o que pode prolongar o tempo das operações. Dessa forma, a tendência foi de navios passando mais tempo nos complexos portuários.
Outro impacto provocado por essa situação ocorre em pátios de armazenagem dos terminais de contêineres. Com demanda maior, os níveis de utilização desses locais passam a ser mais altos. Essa situação, conforme o levantamento, pode acarretar em redução da eficiência operacional.
Tempo ocioso das embarcações
A pesquisa também observou o tempo em que os navios ficam ociosos entre a chegada aos limites do porto e o início da atracação. Embora algumas regiões, como a América Latina, tenham visto uma melhora nesse índice, outras, como Sudeste Asiático e Mediterrâneo, sofreram piora.
A maior média de ociosidade em 2019 foi no norte da Europa, com 2,42 horas. Já a média global foi de 1,75 horas, aproximadamente 8% do tempo médio total dos portos. Se recuperadas, essas horas de chamadas portuárias representariam economia de até US$ 500 milhões em custos de combustível.
Sobre o levantamento
A pesquisa publicada pelo JOC.com aprimora dados do programa IHS Markit. Essas informações são fornecidas por 12 das maiores operadoras de transporte marítimo do mundo. Juntas, elas controlam em torno de 65% do montante global de contêineres. Além disso, elas somam mais de 2,8 mil navios, fazendo mais de 170 mil ligações em 458 portos. Já em movimentação de carga, são 217 milhões de contêineres, o equivalente a 350 milhões de TEU.
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