A reabertura da fronteira da Bolívia com o Brasil, em Corumbá-MS não significa que a situação está normalizada automaticamente. A logística de transporte rodoviário segue prejudicada. Após três semanas de interrupção, os caminhoneiros estão inseguros de cruzar a fronteira e seguir o trajeto em território boliviano a partir das cidades de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suárez.
Durante o período de fechamento, cerca de 160 carretas ficaram paradas aguardando por uma definição. Segundo informações da imprensa local, cerca de 100 ainda permanecem no Porto Seco da Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados de Mato Grosso do Sul). A empresa ampliou o horário de atendimento para tentar liberar as cargas o mais rápido possível e normalizar o movimento até o fim de semana.
Os representantes das empresas transportadoras estimam que os prejuízos no setor de logística de transporte chegaram a R$ 1 milhão por dia de fronteira fechada.
A transportadora paulista MVP Transportes é uma das empresas que atua em rotas rodoviárias internacionais, incluindo a Bolívia. “Tivemos queda do número de embarques com consequente queda de faturamento, além do acúmulo de cargas em nossa planta em Corumbá”, informa o agente comercial Edson Dias. “Todas as fronteiras do lado brasileiro estavam fechadas. Apenas veículos de emergência e alimentos não perecíveis passavam pela fronteira até ontem. Agora aos poucos estão normalizando”, completa.
A crise na Bolívia
A crise na Bolívia teve início a partir do resultado das eleições presidenciais de 20 de outubro. O então presidente Evo Morales teria sido reeleito, mas com o resultado das eleições sendo questionado pelos opositores e depois entidades internacionais.
Desde então uma série de protestos foi realizada pelo país, incluindo regiões de fronteira, e que culminaram com a renúncia de Morales no último domingo, 10/11. A senadora Jeanine Áñez se autoproclamou presidente do país com o compromisso de convocar novas eleições.