A balança comercial brasileira bateu recorde em junho, com o maior saldo de 2020: US$ 7,463 bilhões. No período, as exportações alcançaram US$ 17,9 bi, enquanto as importações totalizaram US$ 10,4 bi. Na análise da série histórica, iniciada em 1989, esse foi considerado o maior superávit já registrado para o mês. A corrente de comércio ficou em US$ 28,3 bi.
No caso de junho, o saldo da balança teve influência direta da alta do dólar e das restrições de atividades econômicas geradas pela pandemia. Os dados sobre o desempenho brasileiro no período são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia (ME). As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (1º), já apontando também os resultados do primeiro semestre de 2020.
Primeiro semestre fica abaixo do patamar de 2019
Apesar do recorde em junho, o primeiro semestre encerrou com queda frente ao resultado do ano anterior. De janeiro a junho de 2020, a balança comercial brasileira teve saldo de US$ 23 bilhões. Porém, o montante é 10,3% inferior a 2019, quando o superávit alcançou US$ 25,6 bi.
No primeiro semestre de 2020, foram US$ 102,4 bi em exportações e US$ 79,3 bi em importações. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, os recuos na média diária foram de 6,4% e 5,2%, respectivamente.
Para 2020, o boletim Focus estima superávit de US$ 53 bi, enquanto o ME projeta US$ 55,4 bi. A expectativa é superior ao saldo de 2019, quando o país teve superávit de US$ 46,6 bilhões.
Desempenho por setor
Como já ocorreu em meses anteriores, o setor da agropecuária foi o responsável por ganhos nas exportações brasileiras. O segmento cresceu US$ 57,4 milhões em junho e US$ 41 milhões no semestre, segundo a Secex. Em porcentagem, os aumentos pela média diária foram de 29,7% e 23,8%, em relação aos mesmos períodos de 2019. Os principais destaques foram a soja, o arroz com casca e o látex e borracha.
Os demais setores principais apresentaram recuos no mês e no ano, seguindo a tendência instada pela pandemia. A indústria de transformação teve diminuição de 21% em junho e 15,1% no acumulado de 2020. Essa retração foi sentida, principalmente, pela queda nas vendas externas de automóveis, aeronaves e plataformas. Já as exportações da indústria extrativista reduziram 26,1% e 9,6% nos respectivos períodos.
Em relação às importações, em 2020, todos os segmentos apresentaram diminuições pela média diária.
Ásia como principal destino
Apesar da pandemia diminuir globalmente o volume de negócios, as exportações de produtos brasileiros para a Ásia aumentaram em 2020. Somente em junho, o crescimento foi de 10,8% em relação a 2019. No panorama geral, o continente foi destino de 54,4% dos itens exportados pelo Brasil no último mês. Já no acumulado do semestre, o aumento dos envios para a Ásia foi de 14,6%.
Com informações do Ministério da Economia e da Agência Brasil de Notícias.
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