Com a expectativa de intensificação das disputas comerciais nos próximos anos no mercado mundial, o agronegócio sul-americano precisa se preparar e enxergar as oportunidades e desafios deste cenário em constante mutação. O tema esteve em debate, por especialistas em comércio exterior, durante o sétimo Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado em Curitiba.
Desde agosto, por exemplo, a China suspendeu a compra de frango dos Estados Unidos. A medida implementada, reflexo da guerra comercial entre os países, pode ser uma oportunidade para o Brasil ampliar suas participações nas exportações da proteína animal para o país asiático. Com as barreiras tarifárias americanas e o avanço da peste suína em algumas regiões, o diretor de inteligência de mercado na INTL FCStone Intelligence, Renato Rasmussen, acredita no potencial brasileiro para ser principal fornecedor chinês.
Temos condições para transportar esses produtos e os preços já vem reagindo a essas condições”, comentou Rasmussen.
Para a diretora executiva do CME Group, Susan Sutherland, que também participou do debate, é necessário encarar as incertezas do mercado de forma mais madura.
O mercado é desafiador e devemos estar cientes que o valor das movimentações futuras e opções podem mudar dependendo de eventos naturais e geopolíticos”, afirmou Susan.
Ela ainda acrescentou que em relação à guerra comercial, 71% dos chineses não acreditam que será resolvida a curto prazo, contra 29% otimistas.