O setor agrícola brasileiro acompanha com apreensão os possíveis impactos da crise entre Irã e Estados Unidos nas relações comerciais. Atualmente, o Brasil é o maior exportador de milho ao país árabe, com aproximadamente US$ 1 bilhão em vendas. Porém, segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, é preciso cautela ao avaliar as consequências dessa tensão internacional.
Por enquanto, o segmento agrícola não foi diretamente impactado pela crise, o que proporciona certo alívio aos produtores brasileiros. “Está muito cedo ainda. É um momento tenso para o mundo todo, mas isso ainda não nos afetou”, afirmou a ministra, durante evento em Patos de Minas (MG), no fim da última semana.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além do milho, os produtores de soja, farelo, carne bovina e açúcar também estão atentos ao cenário internacional. “Claro que existe uma apreensão da agricultura brasileira, porque nós somos os maiores exportadores de milho para o Irã. Agora nós não podemos misturar mercado e agricultura com essa parte de defesa nacional. Por enquanto, nós ainda não temos nenhum motivo para dizer que houve um tipo de retaliação”, garantiu Tereza Cristina.
Busca por mercados
Para contornar essa situação e evitar impactos na balança comercial, o País continua em busca de novos mercados. Conforme a ministra, o objetivo é seguir comercializando produtos com os árabes – como o próprio Irã e Emirados Árabes, por exemplo – e também para a Ásia. “São países que têm um potencial de importação porque precisam de alimentos. O que o Ministério da Agricultura faz é esse equilíbrio: abrir novos mercados, não colocando todos os ovos numa cesta só”, enfatizou.
Bom senso
Enquanto isso, o setor espera que exista bom senso entre as nações em crise, sem impactar a segurança alimentar internacional. “O Brasil é um grande celeiro. A gente espera que isso se acomode o mais rápido possível e que a agricultura brasileira possa continuar a produzir e a contribuir para o abastecimento interno e mundial”, reforçou Tereza Cristina.