A preocupação em manter as atividades de comércio exterior e, ao mesmo tempo, garantir o bem-estar de tripulantes levou três agências da Organização das Nações Unidas (ONU) a emitirem uma declaração conjunta. Autoridades dos setores marítimo, aeronáutico e do trabalho pedem ações urgentes para possibilitar mudanças de tripulações. O apelo é para que os colaboradores dos segmentos aéreo e marítimo sejam considerados “trabalhadores-chave”, permitindo, assim, que sejam repatriados com segurança durante o período de pandemia da Covid-19.
A mobilização envolve a Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), Organização Marítima Internacional (IMO) e Organização Internacional do Trabalho (OIT). O pedido aos governos tem relação direta com as restrições de deslocamento que ainda estão em vigor em diferentes territórios. Com a pandemia, há limitações em fronteiras e em atividades portuárias e aeroportuárias. Com isso, navios e aviões são impedidos de ingressarem em alguns países, obrigando a tripulação a permanecer em serviço.
O apelo das organizações é para que os trabalhadores das duas áreas sejam considerados como essenciais. Dessa forma, torna-se possível a troca de equipes e o deslocamento dos que estavam em atividade, para que sejam repatriados. Segundo a IMO, em meados de junho, aproximadamente 150 mil marítimos precisarão se deslocar, para que ocorram as mudanças de tripulações.
Ainda conforme a agência, devido às medidas de contenção da pandemia, um número elevado de trabalhadores do setor marítimo precisou estender o tempo de serviço a bordo dos navios. Mesmo estando há meses no mar, eles não foram substituídos ou repatriados.
Segundo os organismos internacionais, os padrões de segurança e emprego precisam ser cumpridos, por razões humanitárias. “Buscamos apoio dos governos para facilitar as mudanças de tripulação, operações essenciais para manter as cadeias globais de fornecimento de carga e operações relacionadas à ajuda humanitária, voos médicos e de socorro”, ressaltaram.
Dados do transporte internacional
De acordo com as agências da ONU, em torno de 80% do comércio mundial são por via marítima e 35% passam pelo meio aéreo. Na parte laboral, são 2 milhões de trabalhadores no serviço marítimo e 887 mil profissionais licenciados em aviação.
A declaração conjunta foi assinada pelo secretário geral da OACI, Fang Liu; pelo secretário geral da IMO, Kitack Lim; e pelo diretor geral da OIT, Guy Ryder.